O círculo abraça, não há solidão.
Olho para frente e vejo a beleza de cada um.
Olho para os lados e percebo que tenho apoio e direção.
Olho para cima e sinto que faço parte de um universo em expansão.
Olho para baixo e meus pés pisam firme na terra que me sustenta.
Olho para fora e aprendo que tudo espelha o que sou.
Olho para dentro e honro o melhor que há em mim.
O círculo abraça, não há solidão.
(Deborah Dubner)
Danças Circulares Sagradas, ou Danças dos Povos. Estes são os nomes que definem um trabalho ímpar, desenvolvido no Brasil desde 1993 e que vem se espalhando com muita força em todos os estados deste grande país.
“A dança sempre foi o modo natural do homem se harmonizar como o Cosmos. Trabalhar a dança e a música de outra cultura permite respeitar as diversidades culturais”, explica Renata Ramos, uma das pioneiras desse trabalho no Brasil.
Origem
O movimento intitulado Danças Circulares Sagradas nasceu com o coreógrafo alemão/polonês Bernhard Wosien quando, em 1976, visitou a Comunidade de Findhorn, no norte da Escócia e pôde ensinar, pela primeira vez, uma coletânea de Danças Folclóricas para os residentes. De Findhorn até os dias atuais é notável a expansão das Danças Circulares, que no início da década de 90, chegaram ao Brasil e se espalharam formando rodas em parques, escolas, universidades, hospitais, órgãos públicos, ongs, instituições e empresas dos mais variados segmentos.
Propósito
O principal enfoque na Dança Circular Sagrada não é a técnica e sim o sentimento de união de grupo, o espírito comunitário que se instala a partir do momento em que todos, de mãos dadas, apóiam e auxiliam os companheiros. Assim, ela é indicada para pessoas de qualquer idade, raça ou profissão, auxiliando o indivíduo a tomar consciência de seu corpo físico, acalmar seu emocional, trabalhar sua concentração e memória e, principalmente, entrar em contato com uma linguagem simbólica, metafórica e transcendental.
“Nas Danças Circulares utilizamos músicas regionais e folclóricas dos diversos povos do Planeta, além de músicas clássicas. Entramos assim em contato com a alma de cada povo através de sua mais livre expressão, a música. Os passos vão desde os mais simples até os mais elaborados. Trabalhamos de mãos dadas na roda e fazemos contato com o que existe de melhor dentro de nós”, conta Renata Ramos.
O sagrado do círculo nasce a partir do momento em que os participantes entram em contato com sua essência, em contato com a parte de seu ser que está intimamente conectada com algo transcendental. No momento desse contato dá-se a união de espírito e matéria e a possibilidade da criação.
Aplicabilidade
A Dança Circular é cooperativa por natureza. Assim, nos tempos atuais, quando as pessoas estão buscando caminhos para harmonizar as diferenças, este tipo de proposta cai como uma luva por sua simplicidade e profundidade. Em roda, de mãos dadas, olhos nos olhos, o resgate das danças folclóricas traz a ancestralidade à flor da pele e conecta cores, raças, tempos e espaços, acessando outros níveis de consciência e percepção. Esta prática prepara o ser humano para uma nova etapa da humanidade, onde harmonia e paz serão reflexos de atitudes de cooperação e comunhão.
Por todas estas razões, a aplicabilidade das Danças Circulares Sagradas não tem limite. Ela está sendo vivida nos mais diferentes espaços de convivência: empresas, presídios, escolas, instituições, órgãos públicos, hospitais, Febem e qualquer lugar que abrigue seres humanos precisando de paz, calor humano, amor e compaixão.
É assim mesmo que acontece com quem entra na roda. O caminho para descobrir é simples: entre na roda e viva esse sabor!